Renamo em Massinga vive momento de crise: membros encerram sede e queimam cartazes de Ossufo Momade
A crise interna da Renamo, partido de oposição em Moçambique, continua a se intensificar, com novos sinais de descontentamento surgindo entre seus membros.
Em Massinga, na província de Inhambane, um grupo de militantes decidiu fechar a sede local da formação política e realizar um protesto simbólico ao queimarem cartazes com a imagem do atual líder Ossufo Momade. Este gesto de rejeição reflete um crescente descontentamento com a liderança de Momade, que, para muitos, tem sido vista como incapaz de revitalizar o partido e de mobilizar seus quadros após derrotas eleitorais significativas.
A insatisfação é particularmente forte entre os antigos combatentes da Renamo, que, durante a guerra civil, foram pilares da resistência do partido. Esses membros acreditam que Momade traiu os ideais pelos quais lutaram, afirmando que o partido, antes um símbolo de resistência, agora se encontra sem rumo e sem uma liderança eficaz.
A crítica não vem apenas dos veteranos; jovens e mulheres do partido também começaram a expressar sua frustração com a falta de ação e visão de Momade.
Alexandre Nucumba, ex-combatente da Renamo, foi uma das principais vozes a se erguer contra o líder atual. Para ele, a gestão de Momade tem sido desastrosa, destacando que o partido, após as últimas eleições, passou a viver em um silêncio que não condiz com as necessidades do momento.
O partido não pode continuar assim. Momade não nos representa mais, e precisamos de um novo líder que nos traga de volta a energia e a luta", afirmou.
A contestação se alastrou também para outros membros do partido, como José Armindo, representante da Liga Juvenil, que criticou duramente a postura passiva de Momade, especialmente em relação às negociações com o governo e à falta de uma estratégia clara para o futuro do partido.
A Liga Feminina da Renamo, por sua vez, expressou descontentamento com a ausência de apoio às mulheres no partido e com a falta de liderança de Momade, que, segundo elas, não tem dado voz às demandas da base.
A pressão interna para mudanças já não se limita a uma parte do partido. A convocação de um Conselho Nacional é vista como uma necessidade urgente, e o movimento por uma nova liderança se intensifica.
Para Alexandre Nucumba, a continuidade de Momade à frente da Renamo coloca o futuro do partido em risco. "Não podemos mais esperar. Ou há mudanças agora, ou a Renamo será definitivamente esfacelada", concluiu.
A situação, que começou com protestos isolados, agora se expande para várias províncias de Moçambique, e os membros da Renamo em Massinga não são os únicos a exigir a saída de Momade.
A crescente pressão pode forçar a liderança do partido a tomar decisões difíceis nos próximos meses, diante da possibilidade de um colapso interno irreversível. VER MAIS