Líder comunitário de Muchungwe é encontrado morto após receber ameaças por estender bandeira da FRELIMO
Muchungwe — O ambiente político da região de Muchungwe, em Moçambique, foi abalado nesta semana com a descoberta do corpo sem vida de um respeitado líder comunitário local, após ele ter sido alvo de ameaças por ter hasteado publicamente a bandeira da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO).
A vítima, cuja identidade ainda não foi oficialmente divulgada pelas autoridades, era conhecida por seu envolvimento ativo nas atividades sociais da comunidade e por sua simpatia declarada à FRELIMO, partido no poder.
Segundo relatos de moradores, o homem vinha sofrendo intimidações constantes nos últimos dias, após ter fixado a bandeira do partido em um local de destaque na aldeia.
Testemunhas afirmam que ele teria sido advertido por indivíduos não identificados a retirar o símbolo partidário, sob ameaça de represálias. Apesar dos avisos, o líder comunitário manteve sua posição, insistindo no direito de expressão política garantido pela Constituição.
O corpo foi encontrado na manhã de terça-feira (data não divulgada) em uma área isolada da localidade, apresentando sinais de violência, de acordo com fontes próximas à investigação.
A Polícia da República de Moçambique (PRM) já iniciou diligências para apurar as circunstâncias do crime e identificar os responsáveis, mas até o momento ninguém foi detido.
Organizações de direitos humanos e membros da sociedade civil manifestaram profunda preocupação com o ocorrido, classificando o assassinato como um ataque à liberdade política e à convivência democrática no país.
Este é um sinal alarmante de intolerância política que deve ser urgentemente investigado”, afirmou um representante local da Liga Moçambicana dos Direitos Humanos.
A FRELIMO ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso, mas membros do partido em Muchungwe exigem uma investigação transparente e célere, além de proteção para outros simpatizantes que se sentem intimidados.
Enquanto a comunidade de Muchungwe lida com o luto e o medo, o caso reacende o debate sobre a necessidade de garantir um ambiente político livre de violência, especialmente em contextos eleitorais e de polarização crescente. Ver mais...