Bélgica Admite Que Sanções da União Europeia ao Ruanda Podem Afetar Ação Militar em Moçambique
O vice-primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros da Bélgica, Maxime Prévot, reconheceu que as sanções propostas pela União Europeia (UE) contra o Ruanda podem impactar a atuação das forças militares ruandesas em Moçambique.
A Bélgica defende que a UE interrompa o financiamento das forças armadas de Ruanda devido à intervenção militar deste país no leste da República Democrática do Congo (RDC).
Prévot, que também é responsável pelos Assuntos Europeus e pela Cooperação para o Desenvolvimento, sublinhou que a UE precisa ser consistente na aplicação de sanções, especialmente considerando o envolvimento das tropas ruandesas no combate aos grupos terroristas em Cabo Delgado, uma das províncias mais afetadas pela insurgência em Moçambique.
A Bélgica teve um papel crucial na imposição de sanções contra o Ruanda, decisão que não foi bem recebida por Kigali. Em entrevista exclusiva à DW, Maxime Prévot defendeu a posição da Bélgica, argumentando que a medida reflete o compromisso com o direito internacional, que deve ser respeitado em qualquer lugar do mundo.
Segundo o chefe da diplomacia belga, essa postura também se reflete nas atitudes do país em relação a questões internacionais, como a Ucrânia, o Oriente Médio e a região dos Grandes Lagos.
No entanto, as reações sobre os possíveis efeitos de um corte no apoio financeiro da UE às tropas ruandesas em Moçambique são divergentes. Alguns analistas acreditam que, independentemente da decisão da União Europeia, o presidente de Ruanda, Paul Kagame, manterá o apoio militar ao país africano no combate aos terroristas em Cabo Delgado.Ver mais